A Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) deu início oficialmente, nesta segunda-feira (22), aos trabalhos da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla de 2022, cujo tema é “Superar barreiras para garantir inclusão”. A solenidade aconteceu na Legião da Boa Vontade (LBV), em Brasília, e contou com a participação de membros da diretoria executiva, de autodefensores, de coordenadores da Família e de profissionais da equipe técnica da organização.

Compuseram a mesa de cerimônia do evento o presidente José Turozi; o vice-presidente Nilson Ferreira; a 2ª diretora-secretária, Fátima Godoy; o 1º diretor Financeiro, Hélio Lopes; o diretor Social, William Ferreira; os autodefensores nacionais, Tâmara Soares e Francisco Matos Além, e da Apae do Distrito Federal, Roseani Cristo e Kaio Lucas; e os coordenadores nacionais da Família, Diva Marinho e Rodolpho Bernardina.

Nesta edição da Semana Nacional, de segunda-feira (22) até quarta-feira (24), ocorrerão de forma presencial o 5º Encontro Nacional de Autodefensores e o 2º Encontro Nacional de Família, com a participação dos respectivos representantes estaduais, sendo um casal de cada área. Já de quinta-feira (25) a domingo (28), acontecerão as lives com temas relacionados à campanha, que serão conduzidas pelos autodefensores, coordenadores nacionais e assessores técnicos da Apae Brasil.

Em seu discurso, José Turozi afirmou que, nas entrevistas concedidas acerca da Semana Nacional deste ano, tem frisado que, para superar as barreiras existentes na sociedade, é necessário cobrar efetivamente a implementação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) das autoridades locais, a exemplo de prefeitos, vereadores e do Ministério Público. Segundo o líder do movimento apaeano, é preciso que a LBI, uma das legislações mais avançadas do mundo no que diz respeito a direitos e garantias das pessoas com deficiência, “seja tirada do papel e colocada em prática”.

“A responsabilidade não é só nacional, é na base também. Então, temos que aproveitar esse momento da Semana Nacional e cobrar que a LBI seja aplicada, para que possamos eliminar as barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações e na informação e as tecnológicas e, principalmente, as atitudinais. São inúmeras barreiras e elas precisam ser superadas. E a Semana Nacional vem para isso, para que toda a nossa Rede das Apaes do Brasil trabalhe cada vez mais na base, cobrando a efetividade da LBI”, afirmou José Turozi.

Novas diretrizes

Durante seu pronunciamento, o presidente da Apae Brasil aproveitou para destacar o trabalho desenvolvido desde quando assumiu as atividades da organização, a exemplo da criação da Coordenadoria da Família, que tem por propósito frisar, no contexto do movimento apaeano, a importância e o protagonismo das famílias na trajetória de lutas e vitórias em benefício das pessoas com deficiência intelectual e múltipla.

Para José Turozi, mais do que o conhecimento sobre a realidade e das necessidades de seus filhos ou parentes com deficiência, as famílias foram pioneiras no processo de instituição da primeira Apae, em 1954, no município do Rio de Janeiro, bem como de leis e políticas públicas que possibilitaram a inclusão, a defesa e a garantia de direitos das pessoas com deficiência ao longo de quase sete décadas.

O líder do movimento apaeano lembrou ainda que em 2017, quando foi eleito para ficar à frente da Fenapaes, Tâmara e Francisco foram escolhidos pelos autodefensores para representá-los em âmbito nacional. O presidente frisou que, por meio do planejamento estratégico de sua primeira e da atual gestão, está cumprindo as diretrizes apresentadas pelos autodefensores.

“Fiz questão de trazer vocês [autodefensores e coordenadores da Família] para esse encontro presencial para ouvi-los, pois o último aconteceu em 2019, e para que tenham a oportunidade de elaborar e nos entregar um documento, para que possamos compartilhar com a nossa Rede Apae as angústias, as manifestações, enfim, o que acham o que é importante a gente aprimorar, modificar e acrescentar algo que possa melhorar a vida das pessoas com deficiência”, frisou Turozi, aplaudido pelos presentes.

Documentário

Ao fim da abertura dos trabalhos, foi exibido um documentário elaborado entre a Apae Brasil e a Universidade de Brasília (UnB) sobre o impacto da Covid-19 nas pessoas com deficiência e suas famílias, entre elas assistidos pelas Apaes. Com 47 minutos de duração, a obra traz depoimentos e experiências dos personagens durante a pandemia.