Por muito tempo, o Carnaval de Salvador (BA) foi considerado uma festa que segregava pessoas. De um lado, um grupo de foliões conseguia vestir um abadá, ficar próximo ao trio em uma zona segura. De outro, quem ia para a rua, fora da corda, cometia uma loucura ao se expor aos riscos da violência. O preconceito pedia a proteção de um abadá, de um camarote.
Nos últimos anos, entretanto, os baianos têm feito o possível para mudar essa percepção do Carnaval de rua. A pipoca, na liberdade da rua, se tornou cada vez mais ponto de encontro de soteropolitanos buscando a comunhão em meio à folia.
Esse é o caso da designer Mari Fuso, de 24 anos, uma das mais animadas foliãs da pipoca deste ano. A jovem baiana é cadeirante, mas nem por isso deixa de curtir a festa. O Bloco da Mari, que acontece há 5 anos na folia baiana, está aí para provar isso. Com ajuda de uma rede de apoio de amigos e familiares, não só Mari, mas outros 5 foliões com deficiência, resolveram mostrar que o Carnaval é, sim, uma festa de todos.