Reconhecimento pela destacada atuação em prol das causas sociais e humanitárias em projetos de importância médico-social. Esta é uma das inúmeras definições que caracterizam a notória carreira do geneticista, professor universitário e coordenador Científico da Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), Rui Fernando Pilotto, que, no sábado (7), recebeu a Medalha de Lucas – Tributo ao Mérito Médico, honraria inspirada no Patrona dos Médicos e que é concedida pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR). Rui Pilotto foi a 20ª personalidade médica a receber a comenda, instituída em 1996. A cerimônia aconteceu no auditório da sede do órgão, em Curitiba, e contou com a participação do presidente da Fenapaes, José Turozi, da família de Pilotto e de dezenas de profissionais que foram condecorados com o Diploma de Mérito Ético-Profissional.
Natural de Curitiba e filho do também médico Mário Pilotto, um dos fundadores da Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ), Rui é formado em biologia e medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde é professor titular. Especialista em genética clínica e médica, possui mestrado e doutorado e renomada trajetória de atenção a crianças com malformações, sendo profissional voluntário em várias Apaes do país, inclusive como palestrante e propagador de conhecimento. Além de lutar contra o preconceito, também participa de debates acerca da qualidade das escolas médicas e da necessidade de formação humana e holística, focada na ciência e no cuidado.
“O doutor Rui Pilotto tem um histórico ímpar de atuação como médico. Honrado e qualificado, é daqueles professores que agregam, que não medem esforços para compartilhar com alunos e profissionais da área de saúde o vasto conhecimento adquirido ao longo dos anos, contribuindo para um melhor aprendizado, ampliando os horizontes e as perspectivas deles, para que, assim, alicerçados em um direcionamento eficaz, possam colocar em prática os ensinamentos obtidos e façam a diferença na vida das pessoas, principalmente aquelas com deficiência. Em nome de todo o movimento apaeano, agradeço a grata colaboração que o doutor Rui Pilotto tem dado à Fenapaes e às Apaes, de forma voluntária há décadas, nos auxiliando a crescer e se fortalecer enquanto organização. Essa medalha, recebida poucos dias antes do Dia dos Professores, é a prova de que o doutor Rui Pilotto é um dos principais e melhores geneticistas do Brasil”, afirmou o presidente José Turozi.
Após receber a Medalha de Lucas pelas mãos dos filhos médicos, Fernando e Christiane Pilotto, e pelo presidente do CRM-PR, Romualdo Gama, Rui Pilotto enfatizou em seu discurso que, ao longo de sua caminhada como professor, utilizou-se de três pilares de sustentação: o ensino, a pesquisa e a extensão. Na oportunidade, o homenageado frisou o início de sua história com o movimento apaeano, o qual classificou como o maior do mundo na luta em defesa dos direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
“Hoje, no Paraná, somos 330 Apaes, atendendo 44.800 beneficiados, muitos dos quais não têm diagnóstico e orientação familiar. É isso que, da minha especialidade, tenho procurado levar a esses familiares”, destacou. “É muito gratificante ser coordenador de Saúde e Prevenção a nível estadual [Federação das Apaes do Estado do Paraná], e coordenador Científico a nível nacional das Apaes. A Federação Nacional das Apaes está presente aqui, e agradeço ao doutor José Turozi por contar com minha colaboração como coordenador Científico”, acrescentou.
Rui Pilotto também agradeceu à comissão julgadora pela aprovação de seu nome para receber a honraria, “um tributo não apenas a mim, mas a todos os profissionais de saúde que trabalham incansavelmente para cuidar daqueles que precisam”. Na avaliação dele, além de ser vocação, a medicina é uma missão de vida que envolve não apenas conhecimento técnico, mas também empatia, compaixão e humanidade.
“Receber a Medalha de Lucas é uma honra que me enche de orgulho, mas também é um lembrete de que a medicina é uma jornada contínua de aprendizado e serviço. Que possamos seguir inspirando uns aos outros, trabalhando juntos em prol da saúde e do bem-estar de todos”, concluiu.